Os programas do Núcleo de Estudos e Pesquisa da Escola de Diálogo de São Paulo somam-se a uma ampla iniciativa de alcance mundial, empenhada na consolidação da chamada era do conhecimento, que só será possível por meio da religação das duas grandes vertentes do saber: as ciências e as humanidades.
Esta iniciativa já é uma tendência irreversível. Está representada nas mais prestigiadas instituições de ensino e pesquisa do planeta, e vem recebendo cada vez mais atenção de todos os setores da sociedade - entre eles, o setor empresarial e o da gestão pública.
O trabalho de renomados humanistas que abraçaram esta proposta - filósofos, cientistas e educadores como Varela, Maturana, Bateson, Morin, para citar uns poucos - chegou inicialmente até nós, da Escola de Diálogo, por meio de Humberto Mariotti, que atualmente desenvolve seu trabalho numa escola de negócios de São Paulo, com a perspectiva inédita de levar, por meio do Pensamento Complexo, esta religação de saberes para os cursos de graduação.
A educação oficial resiste ainda a esta proposta, embora algumas tentativas nessa direção tenham sido e continuem sendo esboçadas.
Em alguns meios acadêmicos, tanto na graduação quanto na pós-graduação, a proposta de ampla religação dos saberes despertou interesse e foi tema de várias teses. Porém, em muitos casos, o modelo de condicionamento linear promoveu apenas a apreensão intelectual da Complexidade, o que a manteve hermética. A hierarquia e a disciplinaridade do contexto acadêmico não favorecem uma real integração da visão de religação em uma experiência capaz de produzir a mudança do modelo mental linear-cartesiano prevalente.
A lacuna que se estabeleceu por causa das resistências da educação e de poderosos interesses, aliados ao longo e arraigado condicionamento ao pensamento unidimensional, constitui um obstáculo desafiador para a iniciativa de religação da tecno-ciência com a cultura humanista. Tal situação ameaça aumentar ainda mais a já enorme distância que existe entre as instituições da vanguarda deste processo e a realidade acadêmica, a educação básica, a formação de professores, as instituições públicas, empresas, pais e educadores, meios culturais e sociedade em geral. A falta das competências necessárias às lideranças e demais atores, neste tempo de aceleradas e complexas mudanças já se faz sentir. Muito ainda precisa ser feito para mudar este quadro.
A Escola de Diálogo de São Paulo tem como objetivo oferecer um espaço aberto e inclusivo, com programas que ajudem não apenas a reduzir essa distância, mas que também sirvam de ponte de ligação entre os setores separados por esta defasagem. Ao mesmo tempo, inclui, para este fim, parcerias e colaborações de pessoas e de diversas instituições além da universidade, para atender públicos diversos.
O nosso maior empenho é o de sustentar um espaço livre e inclusivo, que promova a circulação e o compartilhamento das mais variadas visões, idéias e experiências representativas do mais amplo espectro possível de subculturas.
Trata-se de um contexto para estimular a produção de idéias novas, capazes de ampliar a percepção e a compreensão do mundo e da vida em sentido amplo, e do conhecimento em particular.
Produzir conhecimento, testá-lo, disseminá-lo e gerar a partir disto aplicações práticas e inovação são apenas alguns dos aspectos da proposta da Escola de Diálogo de São Paulo. Refletir sobre as implicações éticas do conhecimento e das ações que dele decorrem é essencial para desenvolver a sabedoria necessária para aplicá-lo. Este é, para nós, o aspecto mais relevante.
Acreditamos que a iniciativa para a religação dos saberes será tão mais bem sucedida quanto mais simultânea e profundamente se der o engajamento individual e o coletivo.
Esta não é uma tarefa fácil; porém, depois de tanto tempo, é uma preciosa oportunidade para a mudança do modelo mental excludente para o inclusivo, e uma possibilidade real de transformação da consciência. Desejamos compartilhar com todos esta oportunidade.
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